Você já passou por algum “aperto” com cães em uma pedalada? Tem medo de ser “encurralado” por uma “gangue” deles? Rsrsrs Não estamos falando do seu cão, o que você tem em casa, que é amigo de todos e, se duvidar, até entrega as chaves de casa para um eventual ladrão… Falamos daqueles que parecem não ter alma, daqueles que às vezes nos deparamos nos mais isolados pedais. Vale lembrar que esse post não tem como objetivo assustar ninguém… Você pode passar muito tempo sem sofrer qualquer tipo de incomodo com cães, dependendo de onde mora. Mas, estar preparado e saber o que fazer em uma situação dessas é importante.

Bom, a minha experiência mais desagradável aconteceu em um pedal, a mais de 10 anos, com um pequeno grupo de amigos. Ao passar pelo campo de treinamento do exército (sim, um local de passagem pública), veio um pequeno tomba-lata atrás de nós, e como eu estava por último, fui o escolhido dele. Ele ficou latindo e correndo atrás da bicicleta. Mas, como fiz em toda minha vida de ciclista até então, simplesmente não dei bola, deixei ele latindo sozinho. Até que o infeliz cravou os dentes no meu calcanhar. Feito isso, ele parou, deu as costas e voltou para a casa de onde saiu. Um militar que estava na janela da casa ficou me olhando como quem pensava “mais um”…


Tenho amigos com diferentes técnicas para se defender de tais apuros. Um deles costuma, quando um cachorro vem em sua direção, olhar para o peludo e falar em foz firme e alto volume: “Respeita a família Behar (pronuncia-se bea)!” – Se você estiver agora sozinho, em um local que lhe permita isso, repita a frase, com voz alta e firme… Parece poderoso, não é mesmo? Segundo ele, sempre funciona. Ok, a minha técnica de não dar bola também funcionou por mais de 15 anos, até que deixou de funcionar…

Depois disso, quando em um pedal solo fui cercado por dois cachorros grandes, a minha atitude foi de descer da bike e seguir empurrando-a, colocando a bike entre mim e os cães. Funcionou muito bem. A técnica, também permite que em caso de ataque, você use a bicicleta como arma de defesa contra os cães. É importante salientar que não estou falando em ter uma atitude agressiva e maltratar algum cachorro que não o esteja atacando. Falo apenas em defesa da sua integridade física.

Técnicas:

Ao encontrar alguns cachorros, você também pode evitar ataques, para isso, algumas posturas simples ajudam muito. Primeiro, evite ter reações bruscas. Avalie com cuidado a situação e continue pedalando lentamente. O animal pode apenas estar curioso, ou mesmo nem querer saber que você está pedalando por aí. A dica é: não encarar o cachorro e também não ficar de costas para ele. Apenas mantenha-o em seu campo de visão, mas sem o olhar diretamente.

Agora, imagine que o bichano está sim interessado na sua presença, e que ele começa a latir e seguir na sua direção. Não grite, não dê meia volta e não saia correndo. Se ele tomar uma postura mais ofensiva e partir para cima, o melhor é descer da bicicleta e posicioná-la lateralmente entre você e ele, como disse que fiz e funcionou bem. Continue seguindo seu caminho, empurrando a bicicleta e usando-a como um escudo.

 

Normalmente, quando os cães atacam, é por uma questão de defesa de território – ele acredita que aquela área pertence a ele. Mas, como um ciclista é bem maior que qualquer cachorro. Essa é a hora de usar o seu tamanho combinado ao da bike para mostrar que é você quem manda. Esse ainda não é o momento de pensar em bater no cachorro, tenha uma postura firme, com linguagem corporal adequada, para mostrar que você está no controle e não é uma ameaça a ele.

Caso tenha algum lanche com você, e esse estiver em fácil acesso, você pode usá-lo como petisco e jogar ao seu “inimigo”, isso pode distrai-lo e dar o tempo necessário para que você se afaste. Não tente interpretar os “sinais” dos cães, afinal, nem todo cachorro que abana o rabo quer brincar e nem todo cachorro que late quer morder.

E você, já foi atacado por um cachorro durante um pedal? Como se defendeu?

Sobre o Autor:

Maicon Mohr é ciclista de Mountain Bike, for fun, a quase trinta anos, consultor em cicloturismo e o proprietário da Seledon Cicloturismo.

@maiconmohr78